quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Do meu diário incompleto e inacabado


31 de Julho de 2012
Apetece perguntar (parafraseando o Cardoso Pires):
- E agora Maria?
Quantos quilómetros de vida te restam?
Um dia o Chico telefonou-te prometendo voltar a fazê-lo no dia seguinte. Não te disse ele que tinha apenas cerca de 180 km de vida… por isso não te chegou a telefonar. Tu ainda nem apagaste o número dele do teu telefone. Ele morreu, mulher! Encara isso com mais normalidade. Pensavas que a morte só acontece a desconhecidos? Não! Amanhã é dia um de Agosto. Faz dois anos que morreu a tia Ilda. Estava a cento e tal quilómetros da tua vida. Choravas quando a ias visitar. Agora choras porque não a podes visitar… em que ficamos?
Gostavas de ter uma ideia dos quilómetros que tens ainda para percorrer. Assim deixavas tudo organizado para não sentirem muito a tua falta. Arrumavas os teus livros divididos por temas. "Estimem os livros" (escreverias  em papeis, colocando-os dentro de cada volume).
Não sei o que te preocupa mais: se a distância da morte se o caminho que a vida te vai obrigar a fazer para ir ao seu encontro.

Quando te olhas ao espelho perguntas sempre:
- E agora Maria?
 Tinha razão o Cardoso.

2 comentários:

  1. A lo mejor el tiempo, y experiencias como ésta, van moldeando al ser humano, hasta que acepta la idea de morir, a sabiendas de que es inevitable, con mas tranquilidad y resignacion. Aun asi, aceptar la partida de los seres queridos, a veces resulta mucho mas dificil.

    Yo no creo que el tiempo cure, haga olvidar, o permita entender, pero que si es un factor determinante para aprender a aceptar lo inevitable.

    Muitos beijos

    ResponderEliminar
  2. Cierto que gran verdad ,pero el problema es todo tiene su limite y el tiempo hay cosas que no cura nunca.
    BEIJOSSS MOITOS

    ResponderEliminar